Por se localizar numa zona muito apetecível do País, com fácil acesso a partir de Lisboa, muito perto da massa de água da barragem de Montargil e num Alentejo mais verde e muito mais arborizado do que se espera, a Família comprou este Monte alentejano. Foi em 1995. Nessa altura as três construções existentes compunham-se de uma casa rural alentejana de um só piso, de paredes de pedra espessas, telha vã, duas lareiras grandes de cariz alentejano, um palheiro, que também era estábulo, e uma pequena casa onde se fazia a matança e a desmancha do porco.
Era uma casa típica mas pouco confortável para o que a Família pretendia: um local perto de Lisboa para passar fins-de-semana e alguns dias de férias, usufruindo da actividade náutica que a albufeira próxima proporcionava. A reconstrução deste Monte não foi fácil: a localização dentro da área protegida da albufeira da barragem de Montargil tornou as autorizações camarárias difíceis de obter e as alterações que a Família pretendia efectuar foram especialmente escrutinadas.
Mas em pouco mais de dois anos conseguiu-se o que o Monte Velho actualmente apresenta: Uma Casa Principal que, mantendo a disposição original, se tornou confortável. O telhado, em telha vã, foi substituído por uma placa inclinada, mantendo o forro interior em tábua de pinho sobreposta, como é tradicional na região. Uma das antigas lareiras está a funcionar, embora adaptada com um recuperador de calor a lenha e a outra foi aproveitada para a exaustão de fumos na cozinha. Aproveitando o necessário e obrigatório aumento do pé direito da casa, foi construído um sótão forrado a madeira e conseguiu-se, com o sacrifício de um forno exterior de pedra de xisto existente, que fosse autorizada a construção de uma casa de banho anexa ao quarto principal.
A construção de um grande alpendre virado para a albufeira da barragem e com orientação para nascente, como também é tradicional no Alentejo, permite usufruir das longas tardes de Verão num ambiente fresco e agradável. A instalação, neste
alpendre, de uma mesa rústica de madeira de pinho com lugares sentados para 10 pessoas veio completar ambiente.
O estábulo e Palheiro, como é conhecido pela Família, foi totalmente reconstruído. Tem dois quartos e uma sala aquecida por uma salamandra centenária, uma “kitchenette” e uma casa de banho. A mobília que, em grande parte, compõe este Palheiro, foi aproveitada de peças de mobiliário antigas originais de casas de familiares próximos, entretanto desaparecidos.
A Casa do Porco, como a Família também a conhece, não pôde ser aumentada. As autoridades camarárias não o permitiram. Assim, apenas se conseguiu instalar uma pequena casa de banho, uma cama de casal e rasgar duas janelas. A lareira original, também ela alentejana típica, foi mantida, mas não está a funcionar, por questões de segurança.
A localização do Monte Velho num local elevado permite visualizar a torre sineira da Igreja Paroquial de Montargil e ouvir, durante o dia, as suas badaladas periódicas.
A construção de uma piscina de 10x5 metros veio proporcionar a possibilidade de dispensar uma ida à albufeira em dias de grande calor, assim como a grande área da garagem construída permitiu a colocação de alguns jogos de interior.
Embora localizado numa zona isolada, o Monte Velho não está num lugar ermo. Existem vizinhos por perto, o que transmite alguma sensação de segurança, mas a privacidade em todo o perímetro do Monte Velho está garantida.
Quem vier a utilizar este Monte para passar uns dias de lazer, verá como é este Alto Alentejo. Muito menos árido que o Alentejo profundo e, por isso, muito mais acolhedor. Que seja feliz na sua utilização como o foi a Família durante os anos em que desfrutou dele quase semanalmente.